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O inigualável Douro Vinhateiro

Acordei em uma bela manhã de outono e fui seguir meu instinto pelos lados do Alto Douro Vinhateiro, meu destino era Tabuaço.

Já falei em outros posts o prazer que tenho em visitar a região vinhateira, principalmente nos meses que iniciam o outono e a primavera, saiba que não é só por causa do vinho, mas sim porque gosto de apreciar a paleta das cores nas folhas das árvores, ora verde como os pinheiros e as oliveiras, não desmerecendo os tons dourados e avermelhados das folhas das videiras.

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Com um fim de semana disponível, ou seja somente dois dias para aproveitar o máximo do meu tempo. Segui pela estrada nacional N222 em direção à Tabuaço, contornando as curvas e contra-curvas pela margem sul do rio Douro, passando por Resende apreciando a beleza deste vale verdejante e o rio Douro sempre a fazer-nos companhia.

Curiosidade: Você sabia que a região do Douro é conhecida pela produção de vinho, desde a época romana? Há vestígios e achados que comprovam isso.

Artigo relacionado: Museu do Douro.

Fizemos uma pequena pausa em Peso da Régua, para um café e seguimos sempre em frente pela N222 até Pinhão. De acordo com meu GPS foram 21 Km de pura beleza natural, o rio Douro sempre presente no cenário, houve momentos durante o percurso que estávamos simultaneamente sendo acompanhado por um cruzeiro fluvial e um comboio, visto que são excelentes meios para chegar do Porto – Centro Histórico até Pinhão.

 

Ver mais: 10 Coisas que você não pode deixar de fazer no destino do Porto

 

Curiosidade: Você sabia que a N222 no ano de 2015 foi premiada como a estrada mais linda do mundo?

                                                         Foto: ©Visite Comigo 

Já fazia algum tempo que não visitava a bela Vila de Pinhão, muita coisa mudou desde a última vez que estive lá. A começar pelo belo jardim que é super convidativo para os dias quentes de verão. Notei também a quantidade de cruzeiros fluviais ali parados, com turistas oriundos de diferentes nacionalidades, ouvi diferentes sotaques, desde brasileiros, franceses, alemães e até chineses.

A região vinhateira é uma das mais visitadas no norte de Portugal. A relação do homem com o vinho é nítida. A sublime imagem do Vale do Douro Vinhateiro é de um escadório em socalcos em patamares de vinhas, entre as margens do rio e os afluentes do Douro. Os escadórios são feitos de terra, xisto e muito esforço humano.

Todos os elementos naturais essenciais para a produção do bom vinho do Porto, estão presentes neste destino: a excelente exposição do sol, a presença do rio Douro e o xisto.

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Percorremos pelas ruelas de Pinhão e decidimos subir para uma freguesia ali perto, Alijó, onde encontramos uma varanda extraordinária com vista para que há de mais majestoso neste destino, o miradouro de Casal de Loivos, aqui o olhar assume outra dimensão. O miradouro oferece-nos uma visão fabulosa de vinhedos e oliveiras, um ponto onde nosso olhar é atraído para os cruzeiros fluviais e o comboio, que por ali passam.

 

Foto: ©Visite Comigo

A previsão do tempo apontava para um fim de semana de outono muito frio, nos já contávamos com algum vento, mas confesso, neste dia estava mesmo frio. Caminhado pela pequena aldeia, avistamos o Café O Conde, seguimos em direção àquele pequeno refúgio e tomamos um café com leite bem quentinho que nos aqueceu a alma.

Registamos esses pequenos momentos memoráveis e seguimos para o nosso principal destino. O dia já se foi e quando saímos de Pinhão a noite nos fez companhia juntamente com o rio Távora, um afluente do Douro. Nas curvas e contra-curvas da Nacional N323, chegamos à Quinta de São Plácido, no Hotel Douro Tabuaço. Fomos brindados por sua excelente localização com uma vista linda para o Vale do Douro e para a Vila de Tabuaço. Para o jantar escolhemos o restaurante Tachinho da Té.

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Foto: ©Visite Comigo

No dia seguinte logo pela manhã, decidimos nos aprofundar mais no interior do Alto Douro Vinhateiro, percorrendo por estradas sinuosas, nos deparamos com uma pequena aldeia com um nome muito curioso, Desejosa.

                                                                                                                 Foto: ©Visite Comigo 

Desejosa, pertence ao concelho de Tabuaço é uma aldeia tipicamente portuguesa, com um grupo de pequenas casas, aglomeras em uma encosta montanhosa, rodeada por videiras e oliveiras. A medida que prosseguimos o povoamento tonar-se-ia mais escasso e mais concentrado, sobretudo pelos idosos, que têm em comum o prazer e a alegria de partilharem os saberes de outros tempos connosco.

Conta-se por essas terra que no passado os formigueiros eram tantos, que atacavam as partes das crianças, e seus os moradores tiveram de mudar para onde estão hoje”.

Foto: ©Visite Comigo

Em diante, continuamos a seguir pela pequena estrada, que por sinal era muito bem pavimentada, a medida que íamos a subir, o nosso olhar era atraído pela paisagem duriense, à perder de vista. A intensidade da viticultura sobressai no horizonte, os muros em xisto são as referências que mais se evidência nesta paisagem.

Como o tempo não para, tínhamos que seguir, depois de tantos contornos sinuosos, após uma pequena curva, com pouca visibilidade, entre os patamares de videiras, chegamos em uma aldeia chamada Valença do Douro, essa aldeia é mais um daqueles segredos bem guardados em Portugal.

Foto: ©Visite Comigo

 

Foto: ©Visite Comigo

Esta aldeia, pertence também ao concelho de Tabuaço, é composta por algumas casas em xisto, em pleno coração do Alto Douro, o cenário é de uma beleza paisagística ímpar. Sabe-se que esta aldeia é uma das mais antigas e importantes neste concelho, visto que, tem três produções importantes: o azeite, o vinho, a amêndoa e muita história.

O Douro Vinhateiro é daqueles destinos que é preciso visitar com tranquilidade, deixar-se envolver no que há de mais sublime, neste Património da Humanidade, e ouvir seus sons, sentir o cheiro do ar e apreciar as cores que contrastam entre as paisagens por onde passamos.

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